quarta-feira, 27 de julho de 2011

Comentário à prova de MACS (835) 2011, 2ª fase

Comentários globais:

  1. Para um aluno que não domine bem as potencialidades da calculadora gráfica (gráficos, recursividade e estatística) a resolução da prova torna-se demorada e muito trabalhosa. Como entendo que a calculadora deve ser um meio e não um fim (o objectivo da prova não é testar as competências no domínio da calculadora) não concordo com esta situação em que, claramente, os alunos que optaram por "fazer as coisas à mão" podem ter saído prejudicados.
  2. A prova apresenta duas situações que considero graves (itens 3 e 4), inadmissíveis em exames e que apresentarei em seguida.


Item 3.

Em rigor, a tabela 3 não representa uma progressão geométrica (o quociente entre A1 e A0 é diferente, por exemplo, do quociente entre A2 e A1).
A falta de rigor deve-se ao facto de os valores apresentados estarem arredondados, pressupõe-se! Mas o enunciado não refere tal arredondamento, nem concordo que, pelo facto de se tratar de valores em EURO se possa inferir esse arredondamento (basta lembrar o que se passa com o preço dos combustíveis que usam 3 casas decimais ou com os arredondamentos que os bancos fazem para ganharem mais alguns cêntimos).
Um bom aluno, que saiba o que é uma progressão geométrica, terá ficado atrapalhado pois, por muitas tentativas que fizesse, nunca encontraria a razão. Sem a razão não se consegue dar resposta aos itens 3.1. e 3.2.
Considero, em exame, inadmissível esta situação!

Item 3.2.

Concordo com o parecer da APM quanto a este ponto. 

item 3.3.

Ao resolver o exame, os itens 3.3.1. e 3.3.2., pareceram-me redundantes, isto é, estava a pedir-se a mesma coisa nos dois: dois diagramas em árvore, o segundo dos quais extremamente grande e aborrecido de construir.
Ao ler os critério específicos de correcção fiquei a saber que afinal o "Mostre" equivale a "Calcule", ou seja, ao aplicar de uma fórmula.
Considero o item 3.3.2. extremamente infeliz. Penalizou-se, mais uma vez, a sabedoria. Quem interpretou o "Mostre" como devia ser teve um trabalhão enorme e perdeu imenso tempo, para ter a mesma cotação daquele que se limitou a aplicar uma fórmula, que se dá à martelada (se é que foi dada nas aulas ...), pois está completamente descontextualizada nesta disciplina, uma vez que os alunos de MACS nunca estudaram Cálculo Combinatório.

Item 4.

A meu ver, as questões 4.1. e 4.2. apresentam dependências, isto é, são necessários resultados de uma para resolver a outra ou, encarando a situação de outra maneira, o aluno tem que fazer a mesma coisa em ambas as questões.
Basta olhar para os critérios específicos de correcção para ver a evidência. Nos critérios de correcção da questão 4.1.surge:
"Calcular a percentagem de indivíduos que viram a publicidade e compraram o novo perfume (40%) ....................................................... 7 pontos".
Nos critérios de correcção da questão 4.1.surge:
"Indicar a percentagem de indivíduos que viram a publicidade e compraram o novo perfume (40%) ....................................................... 7 pontos".
Como é que ele indica sem ter calculado primeiro? Incompreensível!
Isto não pode acontecer em exame pois, um aluno que não saiba responder a uma questão não pode, por isso, ficar impedido de responder a outra, nem pode ser penalizado duas vezes por não saber fazer determinada coisa.
Esta é mais uma situação que considero grave neste exame.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Conjectura de Poincaré

A propósito de um comentário sobre um post recente aqui publicado, terá interesse divulgar o que uma rápida pesquisa pela net permitiu encontrar sobre três temas interligados: Topologia, Conjectura de Poincaré (que já não o é!) e Perelman.
Espero que achem interessante!

Dois artigos, um em português e outro em inglês, sobre a Conjectura de Poincaré e Perelman e dois vídeos que encontrei no youtube.



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os Independentes

Diz o povo que "o que nasce torto tarde ou nunca se endireita".
Este ditado aplica-se que nem uma luva à aventura de Fernando Nobre como Deputado da Nação.
Nasceu torto, pois Nobre nunca encaixou na ideologia do PSD. Nasceu torto, pois a única coisa que o PSD quis, naquele dia em que o anunciou como candidato, foi tirar das primeiras páginas dos jornais o congresso socialista. Como moeda de troca "ofereceu-lhe" a Presidência da Assembleia da República. Sim, foi um negócio. Como negócio parece ser sempre a inclusão de independentes nas listas de Deputados. A pretexto de uma suposta abertura dos partidos à sociedade, "recrutam-se" uns independentes para figurarem como cabeça de cartaz nas listas. E aparecem sempre ilustres independentes dispostos a abdicar da sua independência para vestirem, por uns tempos apenas, as camisolas dos partidos.
Confesso que nunca concordei com a inclusão de independentes nas listas dos partidos. Se são independentes não podem professar a ideologia do partido. Se a professam então tenho dúvidas que sejam independentes.
Que fazer então aos independentes? Impedem-se que sejam Deputados?
Não, deve é alterar-se o sistema político de modo a garantir que possam ser eleitos Deputados e continuar a ser independentes.
Voltando a Fernando Nobre, confesso também que sempre o achei um grande bluff. É daquelas coisas que às vezes acontecem em política (como o PRD, por exemplo). Os descontentes de esquerda, que nunca optariam por Cavaco, coincidiram todos em votar em Nobre. Um acaso, portanto. Mas o homem não interpretou isto assim. Achou que era demasiado importante para ser só Deputado. E a vaidade cegou-lhe a inteligência ao ponto de não ser capaz de, antes de o rejeitarem, ser ele próprio a não querer.
Por isso, não se endireitou. Por isso, renunciou!