segunda-feira, 15 de abril de 2013

Menezes, Seara e Relvas, três tiros nos pés

A forma como o PSD geriu os casos destes três senhores pode ser considerada um bom exemplo de como não se deve fazer política. Em todos eles há um denominador comum: os interesses individuais e/ou os compromissos assumidos, nomeadamente aquando das eleições para o partido, sobrepõem-se à razão, à competência, ao que deve ser feito e aos interesses do próprio partido.
O caso de Relvas é exemplar. Foi ele quem trabalhou para que Passos fosse eleito líder do PSD. Foi Relvas que "mexeu os cordelinhos" da máquina partidária. Passos devia-lhe isso. Por isso o fez ministro. Por isso o aguentou este tempo todo (embora continue a achar que se a RTP não existisse, o Sr. continuaria a ser ministro e nunca se teria sabido que, afinal, o "Dr" atrás do seu nome não valia).
Nessas mesmas eleições para a liderança do PSD, Menezes coordenou os votos a norte (embora na Concelhia do Porto tenha perdido), ao mesmo tempo que aproveitava para se vingar daqueles que nunca o respeitaram como líder do Partido. Menezes apressou-se a dizer que era candidato ao Porto, colocando a "batata quente" do lado de Passos. Este já há muito que deveria ter dito aos seus correlegionários: "Olhem lá, a gente não concorda com a limitação de mandatos, mas devemos respeitar a Lei. Caso contrário, vamos ser vistos como chicos-espertos que arranjaram uma forma de a contornar".
Não o fez. Talvez por falta de visão política. Talvez porque tinha de alimentar quem o suportava. Talvez porque acreditava que estes senhores dariam votos para ganhar câmaras municipais.
Seja como for, duas coisas são certas:
- O desgaste provocado por Relvas deixou marcas que dificilmente serão remediadas.
- O PSD só tem a perder com estes casos como os de Seabra e Menezes. Vão agora arrastar-se nos tribunais. Se a decisão não lhes for favorável, perdeu-se o tempo de criar novas candidaturas com reais possibilidades de ganhar. Se a decisão lhes for favorável, serão sempre vistos como políticos que contornaram a Lei e a única coisa que pretenderam foi garantir o seu protagonismo e a sua subsistência. Foi por razões semelhantes a estas que Fernando Gomes perdeu a Câmara do Porto.
Em qualquer das hipóteses, em minha opinião, o PSD já perdeu as duas maiores câmaras do País!

Sem comentários: